Turismo na Serra da Ibiapaba

Além do litoral invejável e da riqueza cultural do Sertão, o Ceará guarda cidades serranas. A chapada da Ibiapaba, a noroeste do estado, encanta pelo clima agradável, histórias e paisagens naturais.  A cidade de Viçosa do Ceará, a 348 km de Fortaleza, pode ser a porta de entrada para um roteiro surpreendente na região, que inclui as trilhas e grutas do Parque Nacional de Ubajara.


VIÇOSA DO CEARÁ foi o primeiro município criado na Serra da Ibiapaba, em 1882, e um dos mais antigos do Ceará. Com uma temperatura média de 22°, a cidade é simples e acolhedora. A arquitetura e cultura de Viçosa unem elementos da colonização francesa e portuguesa e da forte presença indígena. No século XVII, o local recebeu um aldeamento indígena de padres jesuítas e foi moradia do Padre Antônio Vieira por seis anos.
Igreja Matriz de N.S da Assunção
Para conhecer e se apaixonar pela cidade, o passeio pode começar na Igreja Nossa Senhora da Assunção. A igreja é a primeira do Estado do Ceará, foi fundada em 1700 e construída por índios e jesuítas. Em 2002, a igreja foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e exibe as características originais. No interior do templo de estilo barroco, há detalhes do teto ao chão, como os painéis pintados no período colonial no forro em madeira na capela-mor e os degraus de madeira e piso com antigas tijoleiras.

Lagoa Pedro II
Vale andar pelas ruas, conversar com os moradores, sentar em bancos de praças e parar para admirar a história de um pequeno lugar que tem parte da história do Brasil. No Centro Histórico da cidade, estão os casarões tombados pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Nacional (Iphan) como o Sobrado da Marcela, construído em 1890 com recursos enviados por Dom Pedro II, e o Casarão dos Pinhos, com 186 portas e janelas, do tempo em que a cidade ainda era a Vila Viçosa Real da América. Uma das praças é batizada com o nome de um ilustre filho do lugar, Clóvis Beviláqua. A casa onde o jurista morou hoje é um memorial.

Theatro Pedro II
Casarão dos Pinhos
Não há quem resista a não ir e não levar um utensílio doméstico ou uma peça de decoração do Sítio Tope, a 3 km da sede de Viçosa do Ceará. A arte de moldar o barro e passar para as outras gerações deu a Dona Francisca, artesã há mais de 50 anos, o título de mestre da cultura popular, concedido pelo governo estadual.


Escadaria - Igreja do Céu
No fim de uma escadaria de 334 degraus, o visitante encontra a Igreja do Céu, ponto mais alto da cidade com 990 m de altitude. No caminho a via sacra esculpida pelo artista plástico cearense João Frutuoso rende ótimos registros fotográficos.

UBAJARA - CE

Ubajara, a 212 km de Fortaleza, é um lugar imperdível para ecoturismo. O Parque Nacional de Ubajara, a 3 km do centro da cidade, com 563 hectares, abriga grutas, trilhas, cachoeiras e o famoso bondinho que transporta os visitantes a belezas subterrâneas. Onze cavernas estão catalogadas. A Gruta de Ubajara é a única aberta ao público e revela galerias e salas com formações de estalactites e estalagmites, como a Pedra do Sino, a Sala das Rosas e a Sala das Sete Maravilhas.

Teleférico - Parque Nacional de Ubajara
“A maioria dos nomes das pedras e salas tem relação com o desenho das formações rochosas”, explica o guia Ricardo Menezes, que trabalha no parque há 11 anos. Atualmente, o Parque Nacional de Ubajara conta com 15 guias credenciados que acompanham os passeios. “Temos roteiros para todos os perfis de visitante”, diz. Para chegar até a gruta, o caminho pode ser feito por trilhas, teleférico e até de bicicleta, se o turista tiver experiência. A viagem de bondinho custa R$ 8 (ida e volta) e o serviço de guia é R$ 4.


O Parque Nacional de Ubajara é aberto de terça-feira a domingo, das 8 h às 17 h. O teleférico começa a funcionar a partir das 9 h. A viagem de bondinho custa R$ 8 (ida e volta) e o serviço de guia é R$ 4. Para chegar de Fortaleza, o visitante deve seguir pela BR-222 até a cidade de Tianguá e depois percorre 17 km pela CE-075. De Ubajara até o Parque, dá para ir a pé numa caminhada de 30 minutos.


TIANGUÁ 
Igreja Matriz de Tianguá
Na divisa com o estado do Piauí, Tianguá tem boa infra estrutura para receber visitantes . Por isso, a cidade, a 335 km de Fortaleza, é a melhor opção de hospedagem da região e está a uma distância pequena de Viçosa do Ceará e Ubajara. Além de receber bem quem passa, Tianguá também conta com atrativos para quem quer ficar.



Cachoeira da Floresta
O município é rico em cachoeiras, trilhas e mirantes. No Parque Ecológico da Floresta, boas opções são a Bica do Pinga, a 5 km da sede do município, e a Cachoeira de Sete Quedas, a 3 km da sede, um encontro de cachoeiras devido à formação em degraus. Em Tianguá, há ainda uma pista de decolagem de voo livre com uma altura de 600 metros no Sítio do Bosco, a 8 km do Centro da cidade. O local é aberto durante todo o dia, conta com uma piscina natural e restaurante, além de área para camping e chalés. A visitação custa R$ 5,00 e a diária do camping é R$ 20,00.



Terminal Rodoviário de Tianguá
Por ser uma cidade polo, Tianguá também reúne produtos artesanais vindo de toda a região. Entre as iguarias mais procuradas, estão rapadura, batidas e doces de frutas. Artesanatos de renda e palha também são muitos vendidos como lembranças da Serra da Ibiapaba e do Ceará. O Centro de Artesanato do Terminal Rodoviário Governador Virgílio Távora fica no km 310 da BR-222, e no Sítio Córrego, no km 309 do BR-222, próximo ao posto Ibiapaba.
Sítio do Bosco - Tianguá - CE

Em Tianguá existe também uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (também conhecida como RPPN). Dá pra fazer trilhas mais curtinhas que levam até duas cachoeiras, além de conhecer o mirante. Distante 13km da zona urbana, apresenta uma vegetação exuberante de floresta tropical e paisagem rica de cachoeiras e cascatas. No interior do Parque encontram-se trilhas que levam ao encontro de enormes esculturas de blocos de rochas talhadas pela natureza com formas diversificadas de animais e humanos.

Cachoeira do Boi Morto - Ubajara

Ipu, cenário de José de Alencar

No pé da Serra da Ibiapaba, a 294 km de Fortaleza, está a Bica do Ipu, eternizada pelo escritor José de Alencar. No romance Iracema, o autor cearense conta que a “índia dos lábios de mel” saía todos os dias de Fortaleza para se banhar nas águas da bica.



Estátua de Iracema
Em tupi, Ipu significa água que cai do alto. A queda d'água de 180 metros de altura é um dos locais mais privilegiados para a prática de rapel. Atualmente, a área está interditada para obras, mas, segundo a prefeitura, o local deve voltar a receber visitantes no carnaval de 2012.

Quem chega a Ipu, não pode deixar de conhecer a Igreja Nossa Senhora do Desterro. A Igrejinha do Quadro, como é conhecida, foi construída em 1765. Outro monumento conservado é a Estação Ferroviária de 1894 que fazia parte do conjunto arquitetônico da Estrada de Ferro do município de Sobral. O local foi restaurado e, atualmente, é a sede da Secretaria de Cultura de Ipu, aberta à visitação. Com uma população estimada em 50.000 (IBGE), a cidade fica encravada no sopé da Serra da Ibiapaba e tem como principal atração turística a Bica do Ipu, uma queda d'água do Riacho Ipuçaba, além da Bica do Ipua cidade oferece mais pontos de visitação como: Casa de Pedra, riacho São Francisco, 
Cachoeira de IPU
cachoeiras como a do Urubu e do Engenho dos Belém e os açudes S. Bento e Bonito. Por si só, a cidade de Ipu é uma grande atração turística para brasileiros e estrangeiros. As cachoeiras, a culinária, a hospitalidade do povo e o artesanato são elementos que estão agregados à paisagem e cativa todos os visitantes. é uma cidade acolhedora e conhecida em todo o Ceará pelas belas cachoeiras, isso faz com que Ipu seja um dos roteiros turísticos mais procurados por turistas brasileiros e estrangeiros. O relevo do município é bastante propício a prática de esportes 
Estação Ferroviária IPU
radicais como o rapel (bica de ipu) e o voo livre; a rampa é uma das melhores do Ceará.
Portal de Entrada IPU
Conheça a bela cidade de Ipu; a terra de Iracema, a virgem dos lábios de mel, filha de Araken do livro de José de Alencar. As belezas naturais de Ipu são exuberantes, esplendorosas e muito atrativas para um relaxamento, um local ideal para admirar a natureza do sertão cearense. A cidade ainda oferece dos climas: Serra e Sertão. imaara fazer Em suas primeiras manifestações de apoio eclesial, registra-se em 1740 e procedente da Vila Viçosa, a presença de alguns clérigos cujo desempenho consistiu na formação de redutos catequéticos, os quais constam do programa o precitado reduto. Desse trabalho missionário, cujos esforços não foram inócuos, resultou a edificação de uma capela que, por seu turno, daria 
Vista aérea do Parque de Ipu
lugar à Freguesia de São Gonçalo da Serra dos Cocos, o que de fato ocorreu, conforme Provisão de 30 de agosto de 1757. Com o advento do Decreto Imperial n.o 200, de 26 de março de 1840, transfere-se a Freguesia, até então situada em São Gonçalo da Serra dos Cocos, para São Sebastião do Ipu, compreendendo, na jurisdição desta, as capelas de Nossa Senhora da Conceição de Ipueiras e de Nossa Senhora dos Prazeres de Campo Grande. Decorrido quase meio-século, novas transformações se processam, desta vez com relação à mudança de hierarquia e evolução de ordem administrativa. Essa novidade tem como instrumento de apoio a Lei n.o 2.037, de 27 de outubro de 1883, convertendo ao título de Igreja – Matriz as capelas de São Gonçalo dos Cocos e São Sebastião do Ipu.


PEDRO II - PI


Portal de Entrada da Cidade de Pedro II




Cahoeira do Salto Liso - Pedro II
Casas Coloniais - Pedro II
A cidade de Pedro II, a 200 km de Teresina, é chamada de "a Suíça piauiense". Originalmente, esse título veio do seu clima serrano. Hoje, pode-se dizer que o município tem outros atrativos que justificam a comparação: a exploração sustentável do seu enorme potencial turístico, a lapidação e produção de jóias de opalas e o seu badalado Festival de Inverno, entre outras atrações. Com um clima agradável, o município oferece muitas emoções tanto para quem gosta de descanso, como para quem procura aventura. Plantada no meio de montanhas, o cenário pedro-segundense conta com cachoeiras, minas de opala, um rico artesanato em tecelagem e opala, e o seu casario colonial, herança da colonização portuguesa que confere à cidade um charme a mais. Porém, não é só isso, a simpatia da sua gente também está entre os seus maiores patrimônio e encanta todos que a visitam. A cidade tem como principal produto de sua economia a extração de pedras semipreciosas, com destaque para as minas de Opalas, que são as mais belas e puras encontradas em todo o solo brasileiro. Também se destaca um rico artesanato à base de fio de algodão, que dá origem a belas tapeçarias e redes,mas a base da economia ainda é a agricultura.
Ruas no Centro de Pedro II
Clima Ameno de Pedro II
Visitar a cidade de Pedro II se assemelha a uma viagem no tempo. A cidade teve seu decreto de criação datado de 11 de agosto de 1854. O antigo povoado de Pequizeiro passa a se chamar Matões. Mas foi em 1857 que se desmembrou da comarca de Piracuruca Parnaíba, tornando-se a comarca Pedro II, junto com a comarca de Piripiri. O nome de Serra de Matões fica para trás, fazendo uma alusão ao segundo imperador do Brasil, D. Pedro II. A homenagem ao império foi posta em cheque após proclamação da república em 15 de novembro de 1889. Por algum tempo, a cidade passou a se chamar Itamarati, uma referência ao Palácio da Presidência do Brasil, agora republicano. Duas décadas depois, em 1911, o nome imperial de Pedro II voltou a denominar o antigo povoado de Pequizeiro. Pedro II se desenvolveu através de sua cultura própria, da arquitetura de casarios e da agricultura com destaque histórico para o algodão. Riquezas escondidas na terra como a opala e da própria natureza, como o morro do Gritador, fazem da cidade um lugar único, mágico, entre o Piauí e o Ceará. 
Opala Pedra Preciosa encontrada em Pedro II

Tradicionais são os cantos e benditos, levados pelas famílias da cidade e arredores. A confiança é em Nossa Senhora da Conceição, festejada no dia 08 de dezembro. A devoção vem ainda dos tempos do povoado Pequizeiro, onde, no século XIX, os imigrantes portugueses trouxeram a imagem de sua terra natal.

As graças de Nossa Senhora abençoaram a região. E de lá a terra apresenta uma preciosidade: a opala. Leitosa e refletindo todas as cores do arco-íris, é uma gema rara que só ocorre em Pedro II e na Austrália. As cores variadas tem uma razão. São minúsculas esferas de cristal cristoablita que colorem a massa sílica da opala, pertencente ao grupo do quartzo. Um grama dela chega a valer mais que o ouro. Em quase 50 minas escavadas, sobram lendas que hoje, explodem em design e cuidados. Hoje, a extração da opala segue as orientações técnicas. São pedras de opala que nas mãos dos artesãos, se tornam brincos, pingentes, corações e boas energias. Nas comemorações de casamento, a opala representa 24 anos de convivência em comum. A pedra simboliza esperança, inocência e pureza e tem o poder de atrair fortuna e amor.

De clima agradável, entre 18ºC e 30ºC, Pedro II leva o título de Suíça brasileira. A razão é a altitude do lugar, são 600 metros acima do nível do mar e a companhia da Serra de Matões. Aconchegantes são os poucos mais de 30 mil moradores da cidade, que se dividem entre os casarões antigos, o artesanato rico e a cultura. Os fios de algodão, que brotam nos campos, viram arte nas mãos habilidosas. Redes, tapetes nascem dos teares que misturam fios coloridos e se tornam peças únicas e admiráveis. Na cultura, a cidade testemunha o Festival de Inverno. Turismo, cultura, esporte e muita alegria de estar em uma cidade que conta histórias, que acena para o futuro sem esquecer de quem ela é. Uma cidade imperial, ladrilhada de pedras preciosas para que todos os amores passam ficar.